Monday, February 27, 2006

Robert e o Arco do Triunfo

Se fosse director de um jornal desportivo teria sido o meu título de primeira página.

Thursday, February 16, 2006

Até o Costinha que não tem clube vai ao mundial, e tu Baía?

Tinha prometido a mim mesmo que não ia voltar a falar do Baía. Mas há situações que revoltam um gajo!

Então mas o que é isto? O Costinha que é um gajo que teve o seu papel no FCPorto campeão da UEFA e da Europa; vai para a Rússia ganhar os petrorublos; chega lá arma-se em menino com a mania das grandezas ao ponto de confudir os funcionários e jogadores do clube com os empregados domésticos que pululam em Portugal:"ó Yuri Dimitri, tira-me lá a neve das botas que assim não consigo dar pau!".

Agora é despedido, fica sem clube e lá vem o Scolari "eh pá, não tem problema; o Costinha é subcapitão e vai ao Mundial", e depois vem o Costinha a dizer: " ah e tal, o Scolari é amigo, é humano"

Mas o que é isto?!?

E o Baía? Não é humano? Isso está claro que é. Nem vou discutir. Mas fica claro também que o Scolari não é amigo do Baía, porque se fosse e por muito Ricardo que fosse, também teria a sua oportunidade.

Assim sendo proponho mais uns significados para juntar ao nosso já vasto e riquissimo léxico existente na lingua portuguesa.

Baía - o gajo que se esforça, que ganhou mais títulos, o melhor guarda redes português de todos os tempos, mas não pertence ao grupo dos eleitos.

Ricardo - o gajo que até faz umas defesas, mas fraco psicologicamente - incompetente para a função.

Costinha - o gajo da cunha

Dito isto, e parafraseando a arraia miúda:"o futebol é o reflexo da sociedade", julgo não ser necessário produzir mais nenhum comentário.

Estou contigo Baía!

Wednesday, February 15, 2006

Liberdade de expressão

A liberdade de expressão deve andar de braço dado com o poder de encaixe. Andei a pensar sobre o que aconteceu por causa dos famosos cartoons sobre o Profeta Maomé, e cheguei à conclusão que só deve ter liberdade de expressão quem tiver poder de encaixe suficiente para arcar com tudo aquilo que pode ser transmitido ao abrigo dessa mesma liberdade. Pois é esse poder de encaixe que irá permitir responder à altura.

Ou seja, consigo perceber muito melhor que em países que vivem em regimes diferentes dos nossos; valores, cultura, costumes e tradições reajam de forma diferente àquilo que para outros seja uma coisa normal. Reajem assim porque não têm liberdade de expressão.

Nesses países a liberdade de expressão não é um valor importante como é para os europeus em que essa mesma liberdade de expressão é um valor máximo, é algo que está na génese de todos os regimes da Europa.

Assim sendo para os europeus é complicado compreender o tipo de manifestações violentas que surgiram após a publicação dos cartoons na imprensa europeia.

Numa análise mais básica, é como aquele tipo a quem um gajo diz:

Individuo 1:"Ah e tal, cheiras a caril! :)"
Individuo 2:"Voltas a dizer isso e vou-te à tromba!!"
Individuo 1:"Porra, não se pode dizer nada que o menino fica logo amuado - Não brinco mais contigo!"

Não seria mais inteligente ter dito algo do género:

Individuo 2:"Mas vê lá se não gostas de caril?"
Individuo 1:"Claro que gosto, mas só se for de porco! :)"
Individuo 2:"Porco está esgotado, mandámos tudo para junto dos familiares :)"

E podia continuar por aqui fora nesta troca de bocas entre estes dois individuos. Mas não o vou fazer... O ponto que quero provar é que esta troca salutar de piadas entre estes dois individuos que lhes vai permitir conhecerem-se melhor e criar uma relação nos pontos comuns.

Não achas Baía?

Grandeza do Benfica

Vi no messenger à dias uma mensagem de um amigo benfiquista que dizia:"Maior que a nossa grandeza só o tamanho da vossa inveja".

Quando li, ri-me - e achei que talvez fosse exagerado essa comparação. Mas uma observação mais atenta ao que se passou neste fim-de-semana, sou obrigado a dar razão.

Senão vejamos a sequência de festejos a seguir aos golos do Porto (que grande jogo que o Porto fez):

1 - SLB, SLB, f***** da p***, SLB, é a m**** que se vê

Logo seguido de:

2 - E quem não salta é lampião

E finalmente, eis que alguém se lembra de gritar pelo seu clube:

3 - Pooooooooooorto!!! Pooooooooooorto!!!

Pedro tens razão, maior que a nossa grandeza só a inveja dos nossos rivais.

Monday, February 13, 2006

E tu Baía?

10 milhões de portugueses foram convocados, e tu Baía?

Não me lembro onde ouvi esta piada. Lembro-me que foi por alturas do Euro 2004, e estava no ar aquela campanha em que o Scolari convocava tudo o que era português para o Euro 2004. Lembro-me inclusivé de ter recebido uma carta em casa, com a dita convocatória.

Será que o Baía recebeu essa carta? Se sim, seria legitimo da parte dele aparecer no centro de estágios da selecção e mostrar a carta ao seleccionador e dizer-lhe: "eh pá, Scolari recebi esta carta, quer dizer que estou convocado?"

Bem, a história que se passou já nós sabemos, e o Baía não jogou no Euro, nem nunca mais pôs os pés na selecção. Também não vou dissertar se ele deveria ou não ir.

O que me importa, é a expressão que ficou da piada: "E tu Baía?", que pode entrar no nosso léxico para provocar alguém para acção sobre qualquer tema.

Por exemplo:

"A Dinamarca não tem culpa dos cartoons, e tu Baía?"

Será que o Baía tem culpa? Mas quem é este Baía? não teremos nós no nosso intimo um bocado deste Baía? o que fizemos para "o diálogo da religiões", o que fizemos para o respeito das culturas, etc e blá blá blá e por aí fora...

A expressão "E tu Baía?" é um apelo a cada um de nós à responsabilização pelos nossos actos, pelas nossas vidas, por vivermos numa sociedade que permite (quase) tudo, para o bem e para o mal. E o que fazemos nós com essa liberdarde?

O que vamos fazer para vivermos num mundo melhor?

Bem eu já escrevi isto, e tu Baía?

Tuesday, February 07, 2006

Zambia - uma nova marca

Quando se fala em Zambia, a maioria das pessoas pensa num longíquo país africano. Enganem-se, a esse país chama-se Zâmbia, sendo que esta pequena diferença reside na colocação do acento circunflexo na primeira vogal desta palavra.

Zambia, é a nova marca da Zambujeira do Mar, criada por um grupo de amigos em várias sessões de brainstorming pelos bares da Zambujeira.

Quase todo o país conhece a Zambujeira, para a maior parte nasceu em 1996 quando se deu o primeiro festival do Sudoeste, que literalmente a pôs no mapa, assim como todo o litoral alentejano.

Então porque não criar uma marca que possa simbolizar esta terra metida no meio das falésias, e torná-la uma referência nacional, europeia e porque não mundial.

Qualquer terra que se preze para ser conhecida, deve gerar uma séria de eventos que a tornem visivel em primeiro lugar, e depois admirada pela qualidade dos eventos que produz. o Festival deu a notoriedade, embora em termos de qualidade não é o que se pretende. Basta andar nas ruas da Zambujeira na primeira semana de Agosto para se perceber.

Tem que se criar eventos especiais, únicos e memoráveis. Variando também com a sazonalidade. Desde já avanço com algumas propostas:

Grande Prémio da Zambia - Corrida da lesma morta, jumentos e chaparros
Zambódromo - Carnaval ao Rubro na Zambia, todos para o Zambódromo com as dançarinas profissionais de bigode do Cavaleiro e arredores
Zambi-Cola - Aguardente de medronho com Cola (UHU, não supercola 3 que lixa os lábios todos)
Zambia Consulting Group - Grandes especialistas na aplicação das 5 Forças de Porter, aprenda com os alentejanos séniores - A Fonte de toda a sabedoria.
Zambia Airlines - Companhia áerea por excelência, vários porcos e jumentos lá andaram e nunca se queixaram
Zamb(s) - A unidade monetária da Zambia, o Zamb, vale bué euros, a caminho do MMI (Mercado Monetário Internacional) mas devagarinho.

Bem aqui ficam algumas ideias lançadas para discussão ou não. Hei-de voltar para ver a viabilidade disto

Abreijos

Vem por aqui

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

"José Régio"